Carcereira

sábado, 16 de janeiro de 2010 13:43 Postado por Bell Moraes



Quando o sol decair e o véu da Dama da Noite cobrir toda a imensidão do céu, eu abrirei a porta da cela.
Deixarei liberta aquela que aprisiono, que limito e que mascaro enquanto o Sol ainda se faz presente.
Deixarei que seus olhos comtemplem o brilho das estrelas e que se perca nas belezas da noite. Assim como uma doce criatura que acaba de abrir seus olhos para o mundo.
Deixarei que ela sinta o desejo feroz de tomar em um só gole toda a beleza, sedução e mistério que o mundo pode lhe oferecer.
Deixarei que sinta a frustração do fracasso em sua sede de tudo. E que divida sua visão poética e desesperada com um pedaço de papel sobre as coisas que não pôde absorver.
Deixarei minha inocente fera liberta.
Então, quando a Dama da Noite recolher seu véu e o Sol retornar de seu repouso, novamente a aprisionarei. Mas uma vez a ouvirei gritar e lamentar presa em sua correntes, na caustrofobia de sua cela. 
Sentirei a dor emanando de seu espéctro e nada farei.
Deixarei trancafiada e escondida minha alma.

Isabela Moraes - 11/07/2009

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